Foi divulgado ontem, (29), um levantamento que revelou que a alimentação do rebanho representa a maior parte dos custos para a produção de leite em Aracaju e Nossa Senhora da Glória.
Logo, esse assunto foi discutido na sede da Federação de Agricultura e Pecuária de Sergipe (Faese).
Os produtores da região também estavam presentes.
O presidente da Faese, Ivan Sobral explica que esse estudo pode ajudar muitos produtores.
Isso, porque eles irão conhecer a cerca da rentabilidade de seus negócios.
“Muitos produtores reclamam do preço pelo qual o leite é vendido, mas não sabem exatamente seu custo de produção”, explica.
Então, “fizemos esse estudo para que eles entendam o valor de custo e o valor pelo qual estão vendendo, e a partir daí, possam gerenciar suas propriedades e avaliar se os negócios são rentáveis ou não”, disse o presidente.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Estado de Sergipe (CNA) em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA-ESALQ) e a Faese apontou em seu levantamento que em Aracaju, o preço do litro do leite é em média R$ 1,30 por litro.
Sendo os gastos com silagem e concentrado (alimentação), além da mão de obra, os maiores gargalos.
Já em Glória, conforme o levantamento, o preço do leite é de R$ 1,15 por litro e os custos com alimentação também os maiores obstáculos.
“Avaliamos que a depender da região, os custos têm uma variação. Tem região, pro exemplo, que produz a própria forragem, tornando os custos mais baratos. Outras regiões têm que comprar forragem, fazendo com que o preço do leite fique mais caro”, completa Ivan.
Marcelo Barreto, produtor de Nossa Senhora da Glória, revela que o levantamento auxilia na tomada de decisões que levam à redução de gastos e à identificação da margem de lucro.
“Muitos trabalham e não dão conta de ver sua margem de lucro. Com esse levantamento, o produtor entende onde pode reduzir desperdício e tornar o seu negócio eficiente”, opina.
Protocolo Sergipe x Alagoas
Também, durante o evento, o presidente da Faese aproveitou para explicar o protocolo assinado.
De acordo com ele, diferente do que circulou em redes sociais, o protocolo não prevê a isenção de ICMS, e sim, a suspensão.
Logo, “O leite in natura vai adentrar em Sergipe com a suspensão do ICMS, será processado nos laticínios e voltará para o mercado alagoano em até 90 dias como forma de produto”, explica.
Por fim, “Essa medida é legal e Sergipe só tem a ganhar porque o leite entra com a suspensão do ICMS, mas no retorno a Alagoas, gera tributação para o nosso estado, além de emprego e renda, pois quanto mais leite a ser processado nos laticínios, maior a demanda por mão de obra”, detalha Ivan Sobral.